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Pedro Henrique
Equipe Gente Grande

 

     “O que você vai ser quando crescer? ”, “Daqui alguns dias já consegue se virar sozinho! ”. Somos surpreendidos por essas perguntas e afirmações durante toda nossa vida. Quem nunca pensou em ser astronauta? Ou médico? Ou o atendente que anda de patins no shopping? Eu, provavelmente, já devo ter me pegado pensando nisso muito mais vezes do que imagino. E isso é normal. O problema é essa pressão, essa cobrança, de que quando você vai crescendo, tem que tomar suas próprias decisões. Não tem um manual aí não?
     Foi nessa pegada que o Projeto Gente Grande nasceu dos recém-chegados na vida universitária, daqueles que acabaram de escolher seu curso. Daqueles que saíram da pressão diária do Ensino Médio quase que ontem. O grupo escolheu trabalhar com turmas de Ensino Médio levando aquilo que muitos não tiveram acesso, como alguns de nós não tivemos: uma conversa. Isso, uma conversa. Um bate-papo livre, para falar do que quisesse: escola, vida pessoal, indecisão profissional, do que gosta. Enfim, de tudo mesmo. O projeto acredita que essas conversas são libertadoras. E foi. Pelo menos para mim.
     Quando entramos em contato com o colégio com as rodas de conversa na ideia, falamos com o coordenador e apresentamos o projeto para o professor Paulo de Artes. Eles adoraram a ideia, mas tínhamos pouco tempo para desenvolve-la. Ajustamos tudo com os professores e convidamos os alunos para participarem do projeto, apresentando nossos ideais e o que seria produzido.
     Acho que posso descrever o dia da conversa como especial. O envolvimento dos alunos, a disposição em escrever seus relatos que mais tarde se tornariam um livro foi espetacular. Confesso que no começo fiquei apavorado com a abertura dos alunos que tiveram certa resistência para se abrirem e falarem. Porém, a liberdade do tema libertou seus tabus, creio eu. Foi renovador ver o respeito deles por nós da equipe e pelo projeto. Acredito que isso é o que nos move agora, essa vontade de conhecer, de estar ali para ver e sentir o outro. “

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